BS-PREA Dicas: O Conceito Nível A, não é um produto
Fábio Queiroz

Fábio Queiroz

Oct 06, 2023

BS-PREA Dicas: O Conceito Nível A, não é um produto

A EPA (Environmental Protection Agency) é a agência de proteção ambiental dos Estados Unidos da América. Essa agência apresenta um conceito de segurança: LOPs "Level's of Protection", que nacionalmente conhecemos como: Níveis de Proteção, que são divididos em: 

- Nível A "máxima proteção".

- Nível B "alta proteção". 

- Nível C "média proteção" .

- Nível D "proteção satisfatória".

Lembre-se que conceitos são diferentes de produtos.

A maioria dos produtos, como: trajes de proteção química, no Brasil seguem as normas europeias, como a ISO EN16602, e assim obtém o Certificado de Aprovação – CA, para comercialização a nível nacional. As normas europeias classificam esses produtos por tipos: Tipo 1, Tipo 2, Tipo 3, Tipo 4, Tipo 5 e Tipo 6, mas por si só, não atendem os conceitos americanos de LOP's e muitas vezes podem confundir o usuário.

Para atender a demanda de proteção pessoal em atendimentos de químicos, é necessário que o Bombeiro compreenda e analise todas as variáveis do cenário para realmente definir o que vai utilizar. A EPA pode indicar o mais alto nível de proteção e às vezes será necessário aplicar opcionais para proteção plena.

As normas sobre atendimentos emergenciais seguem em constante atualização e novas tecnologias surgem todos os dias, ou seja, não existe “receita de bolo”.  É responsabilidade da equipe e de seus profissionais pensar numa interação segura, e para atender todas as situações (nível de proteção A, B, C...) é importante definir com antecedência um Plano de Atendimento ou Protocolo.

Existem alguns padrões de recomendação de proteção mínima para Bombeiro, confira:

• EPRA interno (Equipamento de Proteção Respiratória Autônoma): normas indicam necessidade de pressão positiva, peça facial com FPA alto, onde o respirador de ar deve fornecer condições para realizar o escape.

• Fato ou traje: deve ser totalmente encapsulado “valvulado”, de modo que seja resistente a produtos químicos e riscos combinados, quando necessário.

• Luvas internas: devem ser resistentes a produtos químicos e/ou riscos combinados quando necessário.

• Botas/sapatos de segurança: devem possuir resistência a produtos químicos e/ou riscos combinados, se necessário.

• Possibilidade de comunicação com redundância, se possível: visual, auditiva e etc.

Conheça alguns itens que são opcionais:

• Unidade de resfriamento corporal.

• Laringofone.

• Macacão, calça, roupa íntima ou meias.

• Capacete e proteção auricular.

• Traje de corpo inteiro ou parcial para proteção a riscos adicionais.

• Luvas descartáveis e capas de botas.

Ou seja, você deve compor os itens para que o conjunto atinja o nível mais alto em proteção pessoal (respiratória, cutânea, ocular e adicionais). Por isso, esteja sempre atento e preparado com todos os materiais possíveis.

Enfatizamos que para compor sua proteção em emergências químicas, você deve compreender muitas variáveis e também ter a disposição todo material necessário para a intervenção ou resgate. Tal atitude é bem diferente de selecionar itens que apenas atendam aos requisitos mínimos.  É importante que o usuário tenha clareza sobre a substância química envolvida. 

Por isso muita atenção:

- Avaliar e interpretar o potencial para gerar concentração de vapores e gases atmosféricos ou partículas com características de riscos combinados.

- Acompanhamento constante de fatores climáticos: possível “surgimento” de umidade e outros pode ser o suficiente para inviabilizar a operação.

- Atenção em operações, trabalho do local ou movimentação que favoreça o surgimento de respingos, imersão, ou exposição a vapores, gases ou partículas de materiais nocivos que não foram previstos, que podem alcançar a pele ou também ser absorvido pela pele intacta.

- Para atendimentos com substâncias que possuem alto grau de perigo, muitos fabricantes oferecem acessórios que fornecem proteção extra “mais eficiente” aos usuários.

- Normas e laboratórios internacionais podem certificar esses acessórios e a garantir uma real proteção ao usuário profissional Bombeiro.

Equipamentos de treinamento x simulado e atendimento:

Dependendo da hipótese acidental ou evento, os profissionais devem compreender que atividades de treinamento, simulados ou atendimento devem ter planejamento, organização, execução e reorganização!

É importante ter equipamentos distintos na quantidade adequada para essas atividades, ou seja, equipamentos de treinamentos devem ser utilizados apenas para esse fim.

Alguns equipamentos após serem utilizados podem requerer cuidados especiais, recomendamos que esses cuidados, bem como os profissionais competentes sejam indicados pelo programa da gestão (PITEM - Programa de Inspeção, Teste, Ensaio e Manutenção) que pode abranger confiabilidades (humanas e equipamentos).

Fábio Queiroz

Fábio Queiroz

É Tecnólogo em segurança, Pós graduado em Engenharia de Prevenção e Combate ao Incêndio e Higiene Ocupacional, produz conteúdos atualizados para parceiros, fornece mentoria para Bombeiros de todo o Brasil de forma remota.

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